Como ajudar a população de rua?

Devo dar dinheiro? Devo dar comida? O que faço quando vejo alguém que precisa de ajuda?

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Como ajudar a população de rua?

Durante todos os anos no SP invisível, o que percebemos sempre é que a ajuda varia de história para história. Cada pessoa tem uma necessidade que exige uma resposta diferente… Portanto, o primeiro passo para ajudar alguém em situação de rua é: escute a necessidade daquela pessoa.

Então, vamos imaginar algumas situações variáveis e criar alguns cenários para ter uma resposta mais clara de como ajudar alguém na rua:

NO DIA A DIA:

Na correria de São Paulo, nas grandes avenidas comerciais, sempre alguém nos para no horário de almoço pedindo alguma ajuda. Como reagir? Repetimos, não existe uma ajuda comum. E como estamos lidando com pessoas, exige um relacionamento e uma conversa mínima.

Então, quando abordado, faça o seguinte:

  • Pergunte seu nome e fique na altura dela – caso ela esteja sentada, sente ou agache.
  • Pergunte a ela “como que eu posso te ajudar?” Talvez a pessoa peça comida, bebida, roupa, mas também pode pedir uma música!

Pois é! Certa vez, um amigo músico nosso disse para nós que após ler tantas histórias que contamos no SP invisível, ele tomou coragem para conversar com o senhor que estava dormindo na frente do prédio dele e ele nunca havia conversado. O primeiro choque foi que ele chegou com um prato de comida para abordar o rapaz na rua e o rapaz disse que ele não estava com fome… Nosso amigo já não soube como lidar.

Então, sem saber que ele era músico, o senhor disse :

Rapaz, sabe o que eu queria? Queria ouvir aqueles hinos antigos da igreja. Você não tem um radinho pra me dar?

E nosso amigo, na hora falou “Um radinho eu não tenho, mas eu me comprometo a dia sim, dia não, vir aqui com meu violão cantar as músicas que você quiser ouvir”. O que isso quer dizer? Cada pessoa tem uma história. Cada história tem um problema e cada problema tem uma solução!

DEVO DAR DINHEIRO?

Devo dar dinheiro quando pedem? Diante de uma situação em que você não conhece a pessoa e está com pouco tempo andando pela calçada, costumamos orientar a não dar. Porém, é interessante considerar:

Uma vez que você conhece aquela pessoa e já a encontrou várias vezes, você deve considerar baseado no quanto se conhecem se deve dar dinheiro ou não para o que ele está pedindo. Além disso é interessante pensar que, caso a pessoa te frustre e use o dinheiro para outros fins, não tem a ver com o fato dela ter residência ou não ter residência…

Pessoas que têm suas casas, seus empregos e famílias estabilizadas podem pedir dinheiro e não cumprir com a palavra, também! É sobre valores e caráter, vícios e saúde, mas não sobre ter casa ou dinheiro.

AÇÕES SOCIAIS DE VOLUNTARIADO:

Quando você está participando da atividade uma ONG, um coletivo ou dos nossos eventos como o SP Sem Frio, o Natal Invisível, a Páscoa ou o Carnaval. Quando você está sob responsabilidade de uma organização, é uma situação mais fácil, pois essa organização, com voluntários ou funcionários já experientes na causa, dirá para você como lidar e o que deve ser feito. Cabe apenas seguir essas orientações ❤

Em nossas ações sempre frisamos que é muito importante não prometer nada para alguém na rua, perguntar o nome, sua história, o que a pessoa quer dentro das doações que temos na hora e não fazer da rua um zoológico, com celulares e câmeras, pois são seres humanos vulneráveis, não atrações turísticas…

Além disso, quando nos pedem indicações de uma clínica de recuperação contra as drogas, sempre indicamos os nossos parceiros da Missão Cena. É muito importante você se manter informado de como esse parceiro atua e conhecer de perto o seu trabalho, antes de indicar à população em situação de rua. Há muitas clínicas que são piores do que a própria calçada, infelizmente.

Não podemos cair no conto de que todas as pessoas nas ruas são iguais e acreditar no velho ditado do “pé de pobre não tem número”… As pessoas nas ruas têm vontades, gostos, necessidades e problemas diferentes pra cada história. O que devemos fazer é ouvir e fazer o máximo possível, com os recursos que temos!

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