Como ajudar a população de rua?
Devo dar dinheiro? Devo dar comida? O que faço quando vejo alguém que precisa de ajuda?
![Como ajudar a população de rua?](/_next/image/?url=https%3A%2F%2Fpainel-website.spinvisivel.org%2Fwp-content%2Fuploads%2F2023%2F06%2F27b636_960b16d78a8e475d8f3391672660087bmv2.jpg&w=1280&q=75)
Durante todos os anos no SP invisível, o que percebemos sempre é que a ajuda varia de história para história. Cada pessoa tem uma necessidade que exige uma resposta diferente… Portanto, o primeiro passo para ajudar alguém em situação de rua é: escute a necessidade daquela pessoa.
Então, vamos imaginar algumas situações variáveis e criar alguns cenários para ter uma resposta mais clara de como ajudar alguém na rua:
NO DIA A DIA:
Na correria de São Paulo, nas grandes avenidas comerciais, sempre alguém nos para no horário de almoço pedindo alguma ajuda. Como reagir? Repetimos, não existe uma ajuda comum. E como estamos lidando com pessoas, exige um relacionamento e uma conversa mínima.
Então, quando abordado, faça o seguinte:
- Pergunte seu nome e fique na altura dela – caso ela esteja sentada, sente ou agache.
- Pergunte a ela “como que eu posso te ajudar?” Talvez a pessoa peça comida, bebida, roupa, mas também pode pedir uma música!
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Pois é! Certa vez, um amigo músico nosso disse para nós que após ler tantas histórias que contamos no SP invisível, ele tomou coragem para conversar com o senhor que estava dormindo na frente do prédio dele e ele nunca havia conversado. O primeiro choque foi que ele chegou com um prato de comida para abordar o rapaz na rua e o rapaz disse que ele não estava com fome… Nosso amigo já não soube como lidar.
Então, sem saber que ele era músico, o senhor disse :
Rapaz, sabe o que eu queria? Queria ouvir aqueles hinos antigos da igreja. Você não tem um radinho pra me dar?
E nosso amigo, na hora falou “Um radinho eu não tenho, mas eu me comprometo a dia sim, dia não, vir aqui com meu violão cantar as músicas que você quiser ouvir”. O que isso quer dizer? Cada pessoa tem uma história. Cada história tem um problema e cada problema tem uma solução!
DEVO DAR DINHEIRO?
Devo dar dinheiro quando pedem? Diante de uma situação em que você não conhece a pessoa e está com pouco tempo andando pela calçada, costumamos orientar a não dar. Porém, é interessante considerar:
Uma vez que você conhece aquela pessoa e já a encontrou várias vezes, você deve considerar baseado no quanto se conhecem se deve dar dinheiro ou não para o que ele está pedindo. Além disso é interessante pensar que, caso a pessoa te frustre e use o dinheiro para outros fins, não tem a ver com o fato dela ter residência ou não ter residência…
Pessoas que têm suas casas, seus empregos e famílias estabilizadas podem pedir dinheiro e não cumprir com a palavra, também! É sobre valores e caráter, vícios e saúde, mas não sobre ter casa ou dinheiro.
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AÇÕES SOCIAIS DE VOLUNTARIADO:
Quando você está participando da atividade uma ONG, um coletivo ou dos nossos eventos como o SP Sem Frio, o Natal Invisível, a Páscoa ou o Carnaval. Quando você está sob responsabilidade de uma organização, é uma situação mais fácil, pois essa organização, com voluntários ou funcionários já experientes na causa, dirá para você como lidar e o que deve ser feito. Cabe apenas seguir essas orientações ❤
Em nossas ações sempre frisamos que é muito importante não prometer nada para alguém na rua, perguntar o nome, sua história, o que a pessoa quer dentro das doações que temos na hora e não fazer da rua um zoológico, com celulares e câmeras, pois são seres humanos vulneráveis, não atrações turísticas…
Além disso, quando nos pedem indicações de uma clínica de recuperação contra as drogas, sempre indicamos os nossos parceiros da Missão Cena. É muito importante você se manter informado de como esse parceiro atua e conhecer de perto o seu trabalho, antes de indicar à população em situação de rua. Há muitas clínicas que são piores do que a própria calçada, infelizmente.
Não podemos cair no conto de que todas as pessoas nas ruas são iguais e acreditar no velho ditado do “pé de pobre não tem número”… As pessoas nas ruas têm vontades, gostos, necessidades e problemas diferentes pra cada história. O que devemos fazer é ouvir e fazer o máximo possível, com os recursos que temos!
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