Como é a vida das mulheres que vivem em situação de rua?

Entenda como a violência de gênero afeta a população feminina em situação de rua.

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Como é a vida das mulheres que vivem em situação de rua?

Em 25 de novembro é comemorado o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher. A data foi escolhida em homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal, assassinadas em 1960 por se oporem ao regime ditatorial dominicano.

Desde sempre, ser mulher representa um risco de vida. A cultura machista faz com que o sexo feminino seja inferiorizado, reprimido e altamente propenso a sofrer todos os tipos de violência. Segundo a OMS:

“No âmbito global, uma em cada três mulheres no mundo já sofreu violência física ou sexual por parte do parceiro íntimo ou de qualquer outro autor ao longo da vida. Na maioria dos casos, a violência envolve o parceiro íntimo”.

morador de rua
Reprodução: streetmemoriesgallery

Portanto, mesmo em relações de “confiança” a mulher está sujeita a passar por abusos e, infelizmente, há uma naturalização dessa gravíssima realidade. Situações de extrema vulnerabilidade, instabilidade econômica e escassez de recursos podem agravar ainda mais esse quadro, visto que potencializam as chances de uma mulher sofrer violência:

“A violência contra as mulheres tende a aumentar durante emergências de qualquer tipo, incluindo epidemias. Mulheres migrantes, refugiadas, deslocadas à força e vivendo em áreas de conflito são particularmente vulneráveis”.

A rua é a maior representação de emergência: um ambiente majoritariamente masculino, sem qualidade de vida e hostil onde o medo e a insegurança são frequentes. Por essa razão, muitas mulheres acabam recorrendo à figura masculina como forma de proteção.

De acordo com a pesquisa nacional sobre a população em situação de rua:

“A vida na rua apresenta desafios muito intensos para a vida de uma mulher, em função de suas especificidades em relação aos homens. As obriga a lidar com uma realidade profundamente masculinizada e cheia de preconceitos, situação esta que se impõe de forma muito mais brutal do que os casos de violência e preconceitos vivenciados cotidianamente por grande parte das mulheres que não estejam em situação de rua. Isto porque são consideradas frágeis, e, portanto, “menos adaptadas” a esta situação extrema, o que faz com que sejam percebidas como “vítimas fáceis”.

Reprodução: streetmemoriesgallery

Além do gênero, raça e sexualidade são agravantes para a violência. Em um país que carrega altíssimas taxas de feminicídio e tem em sua essência machismo, racismo, misoginia e preconceitos de todo tipo, ser uma mulher negra, LGBTQIA+ e em situação de rua é ter um alvo nas costas. Não podemos fechar nossos olhos diante de um assunto tão sério e, muitas vezes, negligenciado.

Mulheres morrem por serem mulheres e não podemos permitir isso.

Fontes: Relatório OMS sobre violência contra a mulher (2020)

Pesquisa nacional sobre a população em situação de rua (2009)

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