Existe racismo nas ruas?

A maior parcela da população em situação de rua é negra. Isso se deve a quê?

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Existe racismo nas ruas?
Reprodução: streetmemoriesgallery

Em 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra. A data foi instituída em homenagem a Zumbi dos Palmares, líder quilombola que foi assassinado em 20 de novembro de 1695 pelas tropas coloniais brasileiras.

O Dia da Consciência Negra marca a luta contra o racismo, o empoderamento e valorização da cultura negra. Porém, reflita: isso deve ser restrito apenas ao dia 20 de novembro? Pessoas negras estão expostas ao racismo e opressão desde que se entendem por gente.

Aqui estão alguns dados que comprovam o impacto que a constante violência assume na vida dessas pessoas.

De acordo com o Atlas da Violência de 2021, organizado pelo IPEA:

“No último ano, a taxa de violência letal contra pessoas negras foi 162% maior que entre não negras. Da mesma forma, as mulheres negras representaram 66,0% do total de mulheres assassinadas no Brasil, com uma taxa de mortalidade por 100 mil habitantes de 4,1, em comparação a taxa de 2,5 para mulheres não negras”.

morador de rua
Reprodução: streetmemoriesgallery

Quanto ao mercado de trabalho, apenas 0,7% da população negra ocupa cargos de alta gestão mesmo possuindo formação em nível superior. No sistema carcerário, de três presos, dois são negros. Além disso, 78% das mortes por violência policial são de negros e 75% da população negra se encontra em pobreza ou extrema pobreza.

Será que esses dados são coincidência?

Não, são racismo. No contexto das ruas, de acordo com o último Censo da População em Situação de Rua, 67% das pessoas que moram nas ruas são negras. A desigualdade racial no Brasil é gritante e se deve á maneira que a sociedade é estruturada: o racismo está presente em todas as esferas sociais.

Lutar contra o racismo é dever de todos! Devemos buscar conhecimento e não naturalizar ações, falas ou gestos criminosos que disseminem ódio e ponham em risco a vida de pessoas que são inferiorizadas pela cor da pele. Cabe a nós reconhecer nosso lugar de privilégio e fazer o máximo para aprender e evoluir.

Que todo dia seja dia da consciência negra, até que a palavra racismo suma do nossos dicionários.

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Fontes: Pesquisa nacional sobre a população em situação de rua (2009)

Atlas da Violência (2021)

Exame (2020)

G1 (2020)

Uol (2020)

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